A China realizou um marco histórico ao pousar uma espaçonave não tripulada no lado oculto da Lua em 2 de junho de 2024, uma missão destinada a recolher as primeiras amostras de solo e rochas dessa região inexplorada. Este feito posiciona a China como uma potência emergente na corrida espacial global, onde nações como os Estados Unidos buscam explorar minerais lunares para futuras missões de longa duração e bases lunares.
A espaçonave Chang’e 6, equipada com uma série de instrumentos avançados, pousou na cratera South Pole-Aitken Basin às 6h23, horário de Pequim, de acordo com a Agência Espacial Nacional da China. Esta área da Lua, constantemente voltada para o espaço, apresenta desafios únicos devido às suas crateras profundas e escuras, complicando as comunicações e operações robóticas.
Missão Desafiadora com Inovações de Engenharia
A missão Chang’e 6, descrita pela agência como “envolvendo várias inovações de engenharia, altos riscos e grande dificuldade”, superou um dos maiores obstáculos: o pouso no lado oculto da Lua, onde a comunicação direta com a Terra não é possível. Neil Melville-Kenney, técnico da Agência Espacial Europeia, destacou a dificuldade de automatizar o pouso em uma área com sombras longas e terrenos complexos.
Histórico da Missão e Próximos Passos
Lançada em 3 de maio de 2024 pelo foguete Long March 5 do Centro de Lançamento de Satélite Wenchang, na ilha de Hainan, a Chang’e 6 chegou aos arredores da Lua cerca de uma semana após o lançamento. A missão representa o terceiro pouso lunar bem-sucedido do ano, após as missões do Japão e da startup norte-americana Intuitive Machines.
Durante dois dias, o módulo de pouso Chang’e 6 utilizará uma colher e uma furadeira para coletar 2 kg de material lunar. Estas amostras serão então transferidas para um foguete de propulsão, que as levará de volta à Terra, com pouso esperado na região da Mongólia Interior, na China, em 25 de junho.
Impacto e Descobertas Esperadas
Se bem-sucedida, a missão fornecerá à China um registro detalhado da história de 4,5 bilhões de anos da Lua, oferecendo novas informações sobre a formação do sistema solar. Além disso, permitirá uma comparação inédita entre o lado oculto e inexplorado da Lua e o lado visível, mais bem compreendido.
Esta missão histórica não só reforça a posição da China na exploração espacial, mas também promete ampliar significativamente nosso entendimento sobre a Lua e o cosmos.