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“Mulher perfeita” segundo a IA, influenciadora diz que sofreu com onomatofobia e evitava o próprio nome

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Fotografo Leandro Muller
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“Passei anos me escondendo atrás do meu primeiro nome” — influenciadora revela como o bullying por causa do nome afetou sua saúde mental

Ela pode ter sido eleita “a mulher perfeita” por ferramentas de inteligência artificial, mas por trás da imagem idealizada, Janaína Prazeres, de 35 anos, esconde uma história de dor e silêncio. Por anos, a influenciadora evitou usar seu sobrenome publicamente após ser alvo de piadas e constrangimentos ligados à conotação sexual frequentemente associada ao nome. O caso joga luz sobre a chamada onomatofobia social — o preconceito enfrentado por pessoas por causa de seus nomes, que acabam virando gatilhos para estigmas de classe, gênero ou sexualidade.

O incômodo começou cedo. Ainda adolescente, ela era alvo de piadas de colegas que, com frequência, associavam seu sobrenome a situações de cunho sexual. “Eu nem entendia direito, mas sabia que quando diziam meu nome, vinham risos, olhares, comentários. Aquilo me marcava, me fazia querer desaparecer”, relembra. Com o tempo, a estratégia foi o silêncio. Quando precisava se apresentar, ela se limitava ao primeiro nome, uma tentativa de controle diante do constrangimento.

Na vida adulta, o hábito se manteve. Mesmo com o crescimento nas redes sociais e o reconhecimento do público, o sobrenome seguia fora de cena. “Não importava se era uma entrevista, uma nova amizade ou um date. Era como se eu me preparasse para evitar o vexame.” Segundo ela, as piadas continuavam vindo — quase sempre de homens — e, apesar da aparência segura que projetava, aquilo a fragilizava internamente.

A mudança começou no consultório. Com o apoio de um psicólogo, ela passou a abordar o tema em sessões de terapia e, aos poucos, se reconectou com o nome que tentou apagar. “Não vou mais me diminuir por vergonha que não é minha. O problema nunca foi o nome. Foi o que fizeram com ele.” A decisão de retomá-lo publicamente não veio como um gesto de marketing, mas como uma escolha de saúde emocional. “Eu tentei me afastar dele por anos. Agora, eu escolho dizer: sou Janaína Prazeres. E isso diz muito mais sobre mim do que qualquer piada.”

De menina que sofria bullying por causa do nome à mulher que transforma fragilidade em potência, Janaína Prazeres agora trilha um caminho próprio também no empreendedorismo. Recentemente, ela lançou uma linha de perfumes íntimos — uma escolha que, à primeira vista, poderia parecer ousada, mas que carrega um significado profundo. “Quis resgatar o que sempre tentaram me tirar: o direito de falar sobre prazer sem vergonha, com naturalidade”, afirma. A iniciativa marca mais um passo na jornada de quem aprendeu a transformar dor em narrativa e, agora, em negócio.

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