Notícias

Como a IA generativa vai impactar sua reputação

Share
person typing on silver MacBook
Photo by Burst on Unsplash
Share

A IA generativa (*) (GenAI, em inglês), aquela com poder de analisar enormes massas de textos – um conjunto que engloba desde escrita até imagens, vídeos e códigos computacionais –, gerou um verdadeiro furor nos últimos dois anos. Tudo começou quando a Open AI, responsável pela criação do ChatGPT, colocou sua versão com capacidade de responder questionamentos baseados na internet em linguagem natural à disposição do público geral de forma gratuita.

Daí em diante surgiu uma enxurrada de aplicações, da própria Open AI e de outras (muitas) marcas, mais ou menos especializadas em um quesito ou outro. Quer inventar uma música a partir de uma ideia surgida em um momento de emoção? Descreva em algumas palavras o assunto, o ritmo desejado e mais algumas características e o Suno vai te entregar letra, refrão, melodia e até uma “banda” para te acompanhar.

O impacto é tão grande que tem preço. As cinco maiores empresas globais em valor de mercado são próximas de IA, que levou a fabricante de processadores Nvidia a ingressar no ano passado no clube das empresas com valor superior a US$ 1 trilhão. Somadas, Microsoft, Apple, Alphabet (dona do Google, cujos serviços de nuvem cresceram com ajuda da necessidade de processamento de IA), Amazon e Nvidia têm valor próximo ao do PIB brasileiro.

O ChatGPT vai quebrar o maior galho quando for necessário um texto básico rapidamente para você editar à seu modo. Resumo e correções de textos? Rapidinho – e você pode carregar seus próprios dados. O roteiro é parecido para praticamente todas as áreas da comunicação, incluindo a informática.

Além disso, a tecnologia abre novas oportunidades como apoio à reputação. A IA generativa permite a criação de experiências personalizadas e altamente relevantes para os consumidores. Com a análise de dados em grande escala, algoritmos podem prever preferências individuais e gerar conteúdos exclusivos, melhorando a experiência do cliente, a satisfação e, consequentemente, a reputação da marca.

A própria IA generativa incrementa atividades como análise de sentimentos e gestão da reputação online, ao analisar grandes volumes de dados como os das redes sociais, permitindo respostas rápidas para correções de rota ou adoção de ações proativas para fortalecer a reputação online. A criação de design, música, texto e até produtos físicos pode ser automatizada e a capacidade de inovar rapidamente e oferecer produtos exclusivos impulsiona a percepção de marca.

A simplicidade de carregar algumas informações e receber em alguns minutos uma peça praticamente pronta é o canto da sereia – e aqui mora um dos maiores riscos à reputação: a perda de autenticidade.

Mas tanta facilidade não chega sem riscos reputacionais. Um deles está relacionado à privacidade, caso sejam empregados dados pessoais de clientes, por exemplo. Outro é a segurança em versões gratuitas, cuja proteção é mais fluida do que as pagas e podem expor dados corporativos sensíveis quando carregados para análise (o que é fortemente desaconselhado). Como não se sabe exatamente como os sistemas vão montar suas respostas, pode-se imaginar desafios como vieses e outros, que podem passar despercebidos pelo responsável pela edição do material final.

Além destes gatilhos de crise óbvios, a sedução da facilidade criativa é um dos principais desafios. A simplicidade de carregar algumas informações e receber em alguns minutos uma peça praticamente pronta é o canto da sereia – e aqui mora um dos maiores riscos à reputação: a perda de autenticidade.

Mesmo sem curadoria refinada, a maior parte das mensagens é coerente (já tendo sido amenizadas as ocorrências de alucinações, quando a IA simplesmente inventava alguma resposta seguindo sequência textual lógica, mas fora da realidade). Além disso, a evolução da tecnologia traz questões sobre originalidade e ética, além de direitos autorais: as marcas precisam garantir conteúdos transparentes, éticos e alinhados aos valores da empresa.

Outra questão é o tom. Cada marca, empresa ou produto construiu sua reputação ao longo dos anos com a somatória de pequenas e grandes atitudes: atendimento a clientes e fornecedores, cuidados com a qualidade de produtos e serviços, respeito com funcionários, campanhas publicitárias e por aí vai. Essa reputação tem sinais particulares que trazem reconhecimento.

Como a pergunta direciona a resposta, traduzir esse tom para a IA não é tarefa simples. Pode bem mais desafiador do que transmitir uma ideia em um briefing. Não é difícil que, ao usar uma mensagem construída computacionalmente, o sujeito a receba com algum incômodo, uma sensação de algo fora do lugar – ou simplesmente sinta alguma falsidade.

Nesse momento, mesmo para quem não é do ramo, parece ser interessante começar a testar os diferentes aplicativos. E eles são muitos (veja lista). Recentemente, um colega procurou um deles para usar como revisor de textos. O número ia além de uma dúzia. Para resumos há outros tantos. Como muitos são gratuitos, o ideal é ganhar familiaridade e ver até onde chega a brincadeira.

Porque a questão não é mais usar ou não, mas quando e como essa tecnologia vai ser empregada de forma a angariar, não esperdiçar, pontos reputacionais. Ela já é uma mão na roda para tarefas operacionais – criar resumos e rascunhos, por exemplo. Mas ainda falta um pouco para atingir a sutileza identitária de um ser humano, pelo menos por enquanto.

Neste percurso de evolução, é um bom momento para entender como lidar com todas as possibilidades e, ao mesmo tempo, manter a confiança (e a reputação!) já conquistadas. Parte do esforço será garantir o apoio humano e o aproveitamento de peculiaridades como o poder da escuta e da empatia, ainda insubstituíveis (pelo menos, por enquanto).

(*) O ChatGPT é coautor deste artigo.

*Claudia Bouman é especialista em reputação de marca e sócia da Percepta Reputação Empresarial.

Mestre em Comunicação, pós-graduada em Marketing pela ESPM e Flórida International University, com mais de 25 anos de experiência no mercado atuando, principalmente, nas áreas de Planejamento, Marketing e Comunicação em diversos perfis de empresas. Professora e Palestrante para cursos de graduação e pós-graduação. É coautora do Livro: Um Profissional para 2020 – Editora B4.

https://www.linkedin.com/in/claudiabouman/

https://www.linkedin.com/company/3067833/admin/feed/posts/

https://www.instagram.com/perceptamkt/

https://www.facebook.com/PerceptaMarketingEComportamento

Share
Artigos Relacionados
SUSE lista três fortes tendências para o mercado de Tecnologia em 2025
Notícias

SUSE lista três fortes tendências para o mercado de Tecnologia em 2025

Líder global em soluções empresariais open source observa os avanços que moldarão...

Ações em ESG garantem prêmio Ecovadis para FM Logistic
Notícias

Ações em ESG garantem prêmio Ecovadis para FM Logistic

O Grupo FM Logistic recebeu, pelo quinto ano consecutivo, a medalha de...

Tecnologia na logística de alta performance contribui com a produtividade das indústrias
Notícias

Tecnologia na logística de alta performance contribui com a produtividade das indústrias

Com a pressão por entregas cada vez mais rápidas e os desafios...

Munique Jandre lançou na última sexta-feira o single “Erro Perfeito” em todas as plataformas digitais
Notícias

Munique Jandre lançou na última sexta-feira o single “Erro Perfeito” em todas as plataformas digitais

A cantora e compositora Munique Jandre, lançou na última sexta-feira (13/12) em...